terça-feira, 11 de março de 2014

O Messias


1989 foi um ano especial para o Homem-Morcego. O herói completava 50 anos com direito a um filme que marcou toda uma geração - "Batman" de Michael Keaton, Kim Bassinger e Jack Nicholson.

Na onde dessa moda eram lançados alguns especiais em quadrinhos, entre eles "O Messias", que servia talvez como contraponto à visão extremamente conservadora que Frank Miller imprimiu no vigilante de Gotham City no clássico "Cavaleiros das Trevas" - um Batman descrente do sistema e que se valia de métodos politicamente incorretos para aplicação da "justiça".

Esta Grapic Novel nos coloca em Gotham City, uma cidade gigantesca repleta de ladrões, assassinos, traficantes, desocupados e gigolôs, esta afundada no caos e no medo. Demora para a população perceber que os criminosos, pouco a pouco, estão desaparecendo das ruas, muitas vezes assassinados de forma cruel. Uma liderança religiosa surge, assume a autoria e ganha a simpatia de grande parte da população.

A narrativa da história não é linear e apresenta uma imersão psicológica bastante grande. O leitor "mergulha" em Gotham City e, tal como o Batman, sente a insegurança da cidade, o alívio na morte de cada marginal e a necessidade de se apoiar em uma palavra amiga e, sobretudo, carismática.

"O Messias" faz uma crítica bastante atual, no caso à falácia de que "bandido bom é bandido morto". A trama se posiciona, como não poderia deixar de ser, contra esta ideologia. Resta convencer o leitor.